quarta-feira, 6 de abril de 2016

A Ervilha espevitada


Num dia maravilhoso de primavera, a ervilha Estrelinha, que era diferente das outras suas amigas, por ser muito espevitada e curiosa, resolveu mudar de vida e sair de casa das pessoas, isto é, dos pratos de comida. Já estava farta de apenas de servir de alimento aos outros. Queria ter aventuras diferentes, viajar, conhecer a cozinha dos outros países.
Estrelinha era verdinha, magra, muito inteligente e muito refilona.
_ Hoje vão-me pôr no prato, mas eu vou fugir de casa. Não aguento mais!
    A velha Maria estava a comer à mesa e sentiu que do seu prato saiu alguma coisa, mas não reparou que era a ervilha, porque tinha problemas de visão e já tinha 85 anos e continuou a comer descansadamente. A ervilha Estrelinha  lavou-se e vestiu o seu fato verde preferido, com o seu chapéu também verde e saiu para a rua. Passeou, viu as montras e resolveu ir a um restaurante chinês, pois tinha curiosidade em saber qual o tipo de alimentos que utilizam na confeção das comidas. Qual não foi o seu espanto ao reparar que utilizavam ervilhas nos pratos, mas em pouca quantidade. O que eles utilizavam muito era molhos picantes. Quando se foi sentar, encontrou a sua amiga cenoura com os seus filhos, o milho, o rabanete, e diversas frutas. Iniciou, então, uma conversa com eles:
_Sabem, amigos, apetecia-me viver ao ar livre, ter uma família só minha. Eu gosto da senhora Maria, mas ela cansa-me com as suas histórias. Eu queria ensinar-lhe outros pratos, mas ela não quer.
_ Olha, pois eu estou muito contente com a minha família. Vivo num hotel de luxo e de cinco estrelas. Lá fazem pratos variados e muito decorados para os turistas que até lambem os dedos.
_ Sabem, o rabanete não é muito utilizado nas famílias comuns, mas nos hotéis, utilizam-me em tudo. Eu sou um fruto vermelho e faço bem à saúde – disse o rabanete todo vaidoso.
                Depois daquela conversa, decidiram ir todos passear pelas ruas verem as montras. A ervilha estava mais feliz do que nunca. Fez piqueniques com a cenoura, os filhos e o marido, o rabanete e o milho. Comprou roupa, sapatos, acessórios e muitas outras coisas.
_ Isto é que é vida, percorrer  longos e longos quilómetros ao ar livre! - exclamou a ervilha radiante.
E assim viveu feliz, mesmo indo de quinze em quinze dias visitar a velha Maria.



Joana Santos, 5º A

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