Num certo dia de sol, o caracol
Clementino, que tinha uma casa muito brilhante e de todas as cores, foi tomar
banho à lagoa da floresta. Quando terminou de tomar banho, foi passear. De
repente, como se alguém tivesse feito mal a Deus, começou a chover
torrencialmente. O caracol, muito aflito, abrigou-se debaixo de uma folha, mas essa voou.
Desesperado, foi a correr, o mais rápido possível, para debaixo de um cogumelo
que ali estava a dormir.
O caracol
tocou de levezinho no pé do cogumelo e este, aos poucos, foi acordando. Depois
perguntou:
- O que
estás a fazer debaixo do meu chapéu?
- Fiquei sem
casa e agora tenho frio. Perdi a minha beleza toda. E tu, como te chamas?- perguntou
a tremelicar de frio.
_
Eu chamo-me Clementino.
- E eu
chamo-me Felismino.- respondeu o cogumelo.- O que era aquilo que tinhas nas
tuas costas?
- Era a
minha casa.- respondeu o Clementino- era a minha beleza toda, mas tu não podes
dizer o mesmo. Tu és lindo, o teu corpo
é castanho claro, o teu chapéu é castanho escuro e condizem muito bem.
- Obrigado.-
agradeceu o Felismino- E continuou. Mas fica a saber que se eu pudesse dava-te
um bocado da minha beleza.
Mal ele
acabou de dizer isso e, como por magia, cai um raio que retirou o pé do
cogumelo da terra, ficando um bocado mais feio. Pelo contrário, o caracol ficou
mais lindo e brilhante.
- O que é
que te aconteceu?!- perguntou o Clementino. - Ficaste com pés fora da terra?!
-Foi o
maldito raio! Agora vou morrer! Sem os pés assentes na terra, como vou
sobreviver?!- perguntou aflito o cogumelo Felismino.
- Não te
aflijas, amigo. Vou chamar os meus amigos e vamos trazer uma carrada de terra
para te enterrar de novo. Sabes, os amigos são para as ocasiões. Tu também me
ajudaste. -disse o caracol muito feliz por ajudar.
E assim foi.
Vieram os amigos e enterraram de novo o
cogumelo, que ganhou nova vida.
Foi uma
amizade que durou uma eternidade.
Diogo
Violante, 5º A
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