segunda-feira, 11 de abril de 2016

O Cogumelo


            Num certo dia de sol, o caracol Clementino, que tinha uma casa muito brilhante e de todas as cores, foi tomar banho à lagoa da floresta. Quando terminou de tomar banho, foi passear. De repente, como se alguém tivesse feito mal a Deus, começou a chover torrencialmente. O caracol, muito aflito, abrigou-se  debaixo de uma folha, mas essa voou. Desesperado, foi a correr, o mais rápido possível, para debaixo de um cogumelo que ali estava a dormir.
            O caracol tocou de levezinho no pé do cogumelo e este, aos poucos, foi acordando. Depois perguntou:
            - O que estás a fazer debaixo do meu chapéu?
            - Fiquei sem casa e agora tenho frio. Perdi a minha beleza toda. E tu, como te chamas?- perguntou a tremelicar de frio.
 _ Eu chamo-me Clementino.
            - E eu chamo-me Felismino.- respondeu o cogumelo.- O que era aquilo que tinhas nas tuas costas?
            - Era a minha casa.- respondeu o Clementino- era a minha beleza toda, mas tu não podes dizer  o mesmo. Tu és lindo, o teu corpo é castanho claro, o teu chapéu é castanho escuro e condizem muito bem.
            - Obrigado.- agradeceu o Felismino- E continuou. Mas fica a saber que se eu pudesse dava-te um bocado da minha beleza.
            Mal ele acabou de dizer isso e, como por magia, cai um raio que retirou o pé do cogumelo da terra, ficando um bocado mais feio. Pelo contrário, o caracol ficou mais lindo e brilhante.
            - O que é que te aconteceu?!- perguntou o Clementino. - Ficaste com pés fora da terra?!
            -Foi o maldito raio! Agora vou morrer! Sem os pés assentes na terra, como vou sobreviver?!- perguntou aflito o cogumelo Felismino.
            - Não te aflijas, amigo. Vou chamar os meus amigos e vamos trazer uma carrada de terra para te enterrar de novo. Sabes, os amigos são para as ocasiões. Tu também me ajudaste. -disse o caracol muito feliz por ajudar.
            E assim foi. Vieram os amigos e enterraram de novo  o cogumelo, que ganhou nova vida.
            Foi uma amizade que durou uma eternidade.



                                                                                Diogo Violante, 5º A

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