sábado, 9 de abril de 2016

Caneca com vida


            Numa tarde de Outono, eu, enquanto bebia o meu leite com as bolachas que eu mais gostava, aconteceu um fenómeno sobrenatural: a minha caneca preferida transformou-se numa moto. Mas não era uma moto qualquer, era uma moto dos correios. Eu até gostei da ideia, mesmo ficando assustado.
            Na moto estava escrito "Cerrini correios". Estava tão distraído que só no dia seguinte reparei nisso.
            Empenhado, decidi começar uma carreira, a dos correios. O meu sonho, a partir daquele dia, era ter a maior empresa de correios do país.
            Comecei pelo básico do básico. Entregar jornais. Não é nada fácil andar por aí a entregar coisas a pessoas desconhecidas, que podem ser rudes com todos .... Mas continuei! Como o meu avô dizia: "Nunca se desiste dos sonhos que são sonhos de carreira".
            No dia seguinte, a mesma coisa do dia anterior: entregar jornais. Estava a ficar cansado daquela vida. Sim, é verdade, em dois dias eu cansei-me. Nunca tinha pensado numa coisa assim. Vicio-me em video-jogos em menos de uma hora e quase nunca me canso de fazer atividades.
            Terceiro dia, o último da carreira!
            Foi horrível este meu terceiro dia! Não quero falar do pior, mas só de acordar a pensar em desistir, fiquei triste.
            Continuei a minha aventura, desta vez a entregar encomendas a centros públicos. Foi bem melhor do que nas cartas. Uma coisa que não contei, foi que eu andava a arriscar muito. Já poderia ter tido dois acidentes!
          
  Mas como sempre, à terceira é de vez. Aconteceu no terceiro dia, aquilo que eu mais temia, um acidente. Então, enquanto saía de uma oficina, na minha penúltima entrega, eu choquei. Choquei contra um carro ... Foi um bocado impressionante.
            Mas era apenas um sonho, uma miragem o que aconteceu, para os outros num instante e, para mim, foram três dias intensos.
            Afinal, apenas tinha deixado cair ao chão a minha cabeca que, por magia, ficou com rodas. Isto agora é real.


José Soutinho, 5º A

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